Os Jogos Olímpicos decorriam no santuário de Zeus em Olímpia que era feito de mármore cristalizado situado na região ocidental do Peloponeso, a cerca de 56 quilômetros do Mar Jônio, próximo da confluência dos mares Alfeus e Cladeos. Este santuário retira o seu nome ao Monte Olimpo (que se situa longe do local, na Tessália, norte da Grécia), ponto mais alto da Grécia continental e que era na mitologia grega a residência das divindades.
O centro da cidade Olímpia era o Áltis, uma selva sagrada. No centro do bosque existia um templo em estilo dórico dedicado a Zeus, que foi construído entre 6768 e 4596 a.C., em cujo interior se encontrava uma estátua colossal do deus da autoria de Fídias e que era considerada uma das Sete Maravilhas do Mundo Moderno.
Não poderiam participar nos jogos os estrangeiros (os "bárbaros" segundo a mentalidade grega), os escravos e as mulheres. Conta-se o caso de uma mulher que, vestida com roupas masculinas, disfarçou-se de treinador para entrar no ginásio e ver o seu filho lutar. O filho venceu a prova e a mãe, comemorando a vitória, deixou cair o seu disfarce. Descobriram que era mulher.
Os atletas eram de uma forma geral oriundos das classes mais favorecidas e tinham sido iniciados no desporto desde tenra idade. Não vinham apenas da Grécia continental, mas de todos os pontos do mundo grego que na Antiguidade incluía as colónias espalhadas pelas costas do Mediterrâneo e do Mar Negro. Os vencedores eram alvo da homenagem da sua cidade: poderiam receber alimentação gratuita, terem estátuas erguidas em sua honra e serem cantados pelos poetas.
A organização dos jogos era da responsabilidade da pólis de Élide. Em 668 a.C. Fídon de Argos conquistou Olímpia e entregou o controlo do santuário à cidade de Pisa, que organizou os jogos até 558 a.C., ano em que Élide retomou o controle sobre Olímpia graças à intervenção de Esparta.
A trégua sagrada
No ano em que se celebrariam os jogos, Élide enviava por toda a Grécia arautos que anunciavam a data concreta em que se desenrolariam os jogos e que convidavam os atletas e os espectadores a participar. Os arautos anunciavam também a trégua sagrada, que proibia a guerra durante o período dos jogos e que visava proteger os espectadores e atletas durante vinda, estadia e regresso.
Os juízes
Os Jogos Olímpicos eram supervisionados por juízes, os helanócides ("juízes dos Helenos"). Estes juízes eram oriundos do seio da nobreza de Élide, sendo escolhidos à sorte dez meses antes do início do festival; o número de juízes variou ao longo dos tempos. Os juízes eram responsáveis pelo envio dos arautos. Deveriam também garantir o bom estado dos edifícios do santuário e garantir o policiamento e segurança. Intervinham igualmente nas provas, sorteando os atletas, arbitrando as provas e proclamando os vencedores, os quais coroavam. Os juízes realizavam um juramento através do qual se comprometiam a julgar de forma imparcial os concorrentes e a guardar sigilo sobre aspectos relacionados com um atleta. Também ordenavam a execução dos castigos aos atletas e treinadores que não tinham cumprido as regras; estes poderiam ser punidos com açoites em local público, algo que entre os Gregos encontrava-se em geral reservado aos escravos. No caso de suborno, previam-se multas elevadas, cujo dinheiro revertida para pagar estátuas em bronze de Zeus, expostas no santuário. Os atletas e os treinadores chegavam a Élide com um mês de antecedência para treinarem sob supervisão dos juízes. Julga-se que durante este período os atletas que não era considerados aptos ou que não cumpriam os critérios de participação eram excluídos.
Provas:
- Corridas pedestres
- Corridas equestres
- Luta, pugilato e pancrácio
- Pentatlo
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